domingo, 12 de outubro de 2008

Um enorme nada


Talvez não chegue a ser nada, mas o simples facto de me pôr a pensar no assunto já é bom sinal. Sinal de que os tempos mudam e com eles a minha vontade. Vontades que pensava perdidas. Sentimentos que julgava já não achar. Pensamentos que nunca pensei voltar a ter. Não foi desta que morri. Apenas morreu parte de mim. Mas a vida que me resta nas mãos ainda tem vontade própria. Estava muito longe. Uma vez mais não vi sinais. Não vi nada surgir de mansinho. Nenhuma sombra ou brisa surgiu primeiro. Daí não ter podido observar as cores nem os sons, muito menos cheiros. Porque serei eu tão desatenta à vida? Porque terei eu tanto medo de respirar, se tenho perfeita consciência que morro se não o fizer? Porque será que me sinto vazia sem estes sentimentos, mas fujo deles como se fossem terra de fogo e no entanto adoro-os?!

Contradições. Pedaços de mim. Se um dia conseguir juntar tudo de novo provavelmente voltarei a me encontrar. E se me encontrar que seja numa praia deserta, com novelos de espuma a correr, o coração cheio de esperança e os teus olhos cor de mar pra contemplar.


Mystic

Sem comentários: