domingo, 13 de setembro de 2009

Demência




Hoje escreverei algo,
algo demente,
sobre os uivos que ouvimos juntos
e os distantes templos que visitámos,
não te negarei
e não irei desmentir tuas palavras,
agora,
que como simples acto da natureza
te transformei em
sagrado rubi efervescênte,
serei condenado
pelo beijo que me destes
e que cantei como eternamente meu.
não serão os monstros que pintámos
na noite
que te vão raptar,
mas sim,
o navegante,
em procura de silabas de ouro
e sons amênos de liberdade,
que um dia,
em furia,
te seduzirá
e mostrará
novas colinas verdejantes
com sabor a mel silvestre
e o odor de uma estrela,
que não poderei dividir.
não fujo
de ti, de mim
mas dele
que me atormenta
a saborear o rum de tua boca,
o verniz prateado de teu corpo,
algo me chama,
não me perguntes o quê
ou para onde,
pois desconheço esta voz
forte e sedutora,
envergada num vestido de seda
com cheiro lilás a poênte.....
.....ou então
apenas eu
sem nunca me cruzar
no espelho......

Nimbus

3 comentários:

Anónimo disse...

Lembrei-me de ti...

Das palavras que escrevias no vento com o meu nome como destinatário.

Eram doces.

Ou eu é que lhes deitava mais açúcar do que tinham, não sei.

Mas eram...

E a tua voz, sempre latente na minha cabeça em cada manhã, como um despertar de memórias antigas.

Sinto-te já tão longe...

Mas ainda guardo tudo de ti.

Tudo o que se pode guardar de alguém.

Gostava de ter algumas palavras, ensaiadas em frente ao espelho, para te dizer.

Gostava de poder chorar tudo o que não sabes, apertada contra o teu peito.

Gostava que sentisses o que eu sinto e que não estou a aguentar conter mais.

Gostava que me ouvisses e que me abraçasses.

Sem que alguma coisa mudasse, se assim o quisesses.

Mas quem está em frente ao espelho, neste momento, a tentar encontrar palavras perdidas no mar da distância, não consegue fazer nada.

Busco incessantemente os sonhos e tento arrancar as lágrimas que perdi, mas já não consigo segurar nada.

Não consigo mais fazer dançar as palavras por entre os dedos.

A minha mão perdeu a noção das letras que vai escrevendo neste momento.

Tento aprender, a cada dia, uma forma de empurrar toda uma história para dentro de uma gaveta dentro do peito.

Continuo a pensar em palavras ensaiadas para te dizer, à espera de encontrar uma cara conhecida em frente ao espelho. Mas não me reconheço...

Sabes que te perdi no tempo que tínhamos?

Não era suposto.

Como pude deixar-nos num caminho qualquer e não me lembrar sequer onde nos tinha deixado?

Sabes que o tempo não volta e sabes que provavelmente nunca mais vou conseguir descobrir esse caminho.

Fui lá dar por acaso, e esqueci-me de apontar no mapa como é que lá cheguei da outra vez.

Como nos sonhos...

Não os consegues encaixar em lado nenhum, mas sabes que, de alguma forma os viveste.

Em alguns desses sonhos tu ainda vives...

Ainda vivemos...

Abandonados em nós há sessenta segundos mal contados.

(atrasei-os alternando-os com o teu nome inscrito na areia)

Abandonaste-nos como pudeste com o teu ser demasiado ausente.

És, ainda, a meia palavra que me interrompe todas as frases... que adormece os meus dedos e os embala no meu choro.

Estão cansados e feridos de tão doída procura, esquecidos do rosto onde pousavam incandescentes.

Nas minhas memórias mais perdidas no tempo, ainda dançamos valsas no chão das palavras que nunca precisámos de usar.

E ainda choramos juntos sob o céu carregado de estrelas.

Só tenho mais um pedido, o derradeiro: Se não puderes guardar-me em ti, guarda-me contigo.

Sente-nos como que não soubesses de que se faz o partir.

(mas talvez não queiras pelo que te faz sentir)

Agora... as palavras...

E o tempo que escasseia... escorre lentamente por entre os dedos, enquanto te dou a mão.

Não consigo dar-te a mão e apanhá-los ao mesmo tempo... O tempo. As palavras. E as tuas mãos.

Hoje estou sem palavras, despida de ti...

E encontro-me com a saudade dentro de mim...

anjélik disse...

AMO-TE TAL COMO ÉS.........
JUNTOS SIM........
ETERNIDADE É POUCO PARA NOS.......

Anónimo disse...

Vem meu doce amor....
O mundo será pequeno para nós...
Mas juntos iremos conseguir...
Amo-te como nunca...