domingo, 23 de janeiro de 2011

Confundimos os deuses....


Confundimos os deuses
quando pedimos perdão
e de joelhos a sangrar pelo vazio
do erro ou da razão,
quando no pico do êxtase
gememos como crianças
e nos libertamos da ânsia
de devorar o mundo.
Mas teu ventre ainda molhado
já esqueceu,
os rostos do Olimpo
e o simples
que é,
Amar …..



Nimbus



Poema entre quatro paredes



Quantas vezes fugi de quatro paredes?
Quantas vezes as difamei,
e pouco cavalheiro,
as abandonei?
Quantas vezes as pintei de negro
com estrelas desenhadas,
de azul com nuvens no horizonte estampadas?
Quantas vezes nem as vi,
e as trespassei?
Hoje,
são a âncora da minha fragata,
e nelas quero habitar!
Nelas te quero ver nua e te fecundar!
São monstros, fadas
com conquistas e fanfarras
que outrora desafiei!
Mas não!
Não mais,
sem que antes
a gélida cor destas paredes
se me apresente como é,
fria, verde e sem maré,
não mais vida,
para além delas,
sem que antes,
teu robe deslize,
pela tinta crua
de quatro paredes …..



Nimbus




sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Uma matilha....


Uma matilha
procura em ti abrigo
e as palavras são agora
uivos
sinos e gemidos,
Finalmente minhas asas
tomam a forma de uma montanha
e deixem o vale
pelo declive de tuas coxas,
Deixa que o silencio
navegue em ti
que o passado e a saudade
sejam o frio do mistral
que o amanhã
não seja desejo
mas surpresa
deixa dormir em ti
as memórias
o som infernal do vulcão,
Irei
como cheguei
não ouvirás meus passos na calçada
nem o postigo da porta
a gemer pela invasão de minha mão,
Longe
a tua pele
transforma-se em papel
que conquisto
com a tinta da caneta
como meus lábios
a beber todos os recantos de teu corpo,
A escrita
procura-te
mas não te beija,
Quantos falsos profetas
nos vão ainda bater á porta
e nos prometer
noites e dias
de orgasmos prateados…


Nimbus

Não mais chaves...

Não mais chaves
nem portas
para nos separar desta estranha forma de felicidade.
Consegues ouvir os cavalos?
Seus cascos
a gemer no asfalto o chicote?
E tu
com luvas de lã
a acariciar os arreios,
como que se no ventre
carregasses as ostras
e sua geleia,
Depois
como mariposa
enfrentas o rosto da loucura,
e nunca mais serás o mesmo….


Nimbus